Depois do bafômetro, da tensão, dos chiliques , não teve: jeito o Caio tava preso. Nunca vi aquela expressão no rosto de ninguém. Era uma mistura de "putz que eu fiz da minha vida?" com "se me safar dessa prometo nunca mais..."
Eu já me via nos jornais, já escutava a voz fria do meu pai me lembrando das maiores atrocidades que bebida e volante provocam, da vida de quantas pessoas coloquei em risco e blá blá blá.
*parêntes no texto*
Não tô ironizando a situação ou as vidas perdidas em acidentes imbecis causados pelo álcool. Tão pouco sou contra a Lei Seca, até reconheço os benefícios que ela trouxe. Mas eu não estava dirigindo, tão pouco tinha bebido no dia. E se eu tivesse percebido algo de incomum no comportamento do Caio teria feito o possível pra que não fosse ele a guiar.
*encerra parêntese*
Levados ao posto do acostamento e ainda implorando pro policial nos liberar escuto uma voz familiar chamando meu nome. À princípio não reconheci e nem sei dizer o misto de vergonha e alegria que senti ao ver o George na minha frente, de farda, cabelo arrumadinho, cheiro de creme de barbear, nada lembrando o meu ex vizinho louco e companheiro das noites insípidas no Recife Antigo.
*flash back*
Morei no mesmo prédio que o George logo que mudei pra Recife, nos conhecemos e por um longo tempo ele foi minha referência de perfeição masculina: lindo, educado, inteligente, divertido, companheiro, louco... O tipo de cara que a gente se diverte horrores e dá pra apresentar à famíla. Quando terminei a facul me mudei, o tempo se encarregou de nos afastar e nunca mais soube dele.
*/flash back*
Agora ele tava ali na minha frente, de farda [sim, esse é um detalhe importante] e dono do destino do Caio. Após os cumprimentos iniciais, bem formais diga-se de passagem, e do outro policial explicar o pq da gente tá ali vieram os sermões sem fim, as estatísticas dos últimos 10 anos e os incontáveis folhetos sobre educação no trânsito. O Caio continuava a implorar e eu nem sabia onde colocar minha cara de tanta vergonha.
Então veio a redenção: "Dessa vez vcs serão liberados, mas outra pessoa vai ter que dirigir."
Agora a cara do Caio dizia mais ou menos "Deus existe, usa farda e um creme de barbear decente".
Ele nos acompanhou até o carro junto com o outro policial. O Ramon assumiu o volante, trocamos telefones discretamente, o Caio continuava usando agradecimentos em todas as línguas conhecidas e eu nem sabia direito o que sentia. Seguimos viagem e logo que cheguei liguei pra agradecer.
O anjo da guarda do Caio merece férias e o meu um altar com flores e mel por ter proporcionado o reencontro.
Apesar do contratempo, e talvez exatamente por causa dele, o fim de semana foi perfeito. Minhas pernas doem, tô sem voz alguma, a dieta foi pro espaço, minhas costas ardem... mas Jampa é o céu em solo. E o show de Chico Corrêa e Eletronic Band na praia do Jacaré foi um misto de magia e ternura.
Olha que música mais fofa [e que me fez chorar quando não devia.¬¬]:
mas tu tem uma sorte visse doida?
ResponderExcluireu não me deparo com um guardinha assim.;(
e chico corrêa ta fazendo uns shows com cabru desde o ano passado, até vão tá juntos no encerramento do salão do fusca mês que vem. se voce não tiver ocupada a gente vai.
;*
Vou mandar o link desse post pra superintendência da PRF. Me aguarde.
ResponderExcluirhahaha isso não vai prestar. Até o lenin tá se metendo.
ResponderExcluirVou mandar o link desse post pra superintendência da PRF. Me aguarde.[02]
ResponderExcluir^^
Valeu por ficarem felizes por a gente ter escapado de um contrangimento.
ResponderExcluir¬¬
Queria te ver no Xilindró... nao iriam te aguentar
ResponderExcluirTe expulsaria , digo libertaria fácil !!!
Relaxa...vê se nao sai mais com Caio quando comerem bombons de licor , crianças...:p
Felipe disse***
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