terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dia Mundial de Combate à Aids


"Viver com a AIDS é possível. Com o preconceito não."

Esse é o slogan da campanha criada pelo Ministério da Saúde e veiculada em todos os meios midiáticos, em especial, nesse 1º de dezembro.
A campanha, os portadores de HIV e todo mundo que comprou essa briga tem toda minha admiração e respeito. AIDS é sim uma pandemina e esse tipo de divulgação e cuidado é mesmo muito importante. Mas não pude deixar de perceber o quanto a campanha subestima um povo tão "bem" adaptado às maiores agressões sociais que um país pode sofrer.
O povo brasileiro e seus agregados vivem, sobrevivem e convivem todos os dias com absurdos tão ou mais graves que preconceito.
Nos adaptamos e assimilamos a convivência com tantos absurdos, que ignorar pensamentos mesquinhos e tacanhos se tornou fichinha.
Convivemos diariamente com a arte de sair e voltar pra casa vivos; com a incerteza do emprego no dia seguinte; com a corrupção descarada; com drogas bem mais próximas de nossos filhos que nós mesmos. Vivemos e dividimos espaço com a miséria, a falta de compaixão, o desrespeito aos direitos mais básicos do ser humano.
Diante de tantas agressões ser discriminado pela cor, por desejos sexuais ou por portar um vírus se tornou apenas mais uma provação, mais um componente da rotina de uma gente que pode até não ter dedo muito bom pra escolher seus governantes tão pouco consciência pra começar a mudar sua realidade, mas sabe como ninguém sobreviver à batalha que é ser brasileiro.

Tá, sei que usei mais falácias do que se é permitido em um texto. Mas, sinceramente, não me importo nem um pouco. =)

Um comentário:

  1. É o preconceito não ta com nada mesmo :/
    mais as pessoas tem que fazer sexo de forma segura!!
    gostei da iniciativaa
    Beijoos
    :*

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Milágrimas (Alice Ruiz)



Em caso de dor, ponha gelo, mude o corte de cabelo
mude como o modelo
vá ao cinema, dê um sorriso, ainda que amarelo
esqueça seu cotovelo
se amargo for já ter sido, troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério, deixe os critérios, siga todos os sentidos
faça fazer sentido
a cada mil lágrimas sai um milagre
caso de tristeza, vire a mesa, coma só a sobremesa
coma somente a cereja
jogue para cima, faça cena, cante as rimas de um poema
sofra apenas, viva apenas
sendo só fissura, ou loucura, quem sabe casando cura
ninguém sabe o que procura
faça uma novena, reze um terço, caia fora do contexto
invente seu endereço
a cada milágrimas sai um milagre
mas se, apesar de banal,
chorar for inevitável
sinta o gosto do sal, do sal, do sal
sinta o gosto do sal
gota a gota, uma a uma
duas, três, dez, cem, mil lágrimas
sinta o milagre
a cada mil lágrimas sai um milagre
a cada milágrimas

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